terça-feira, 3 de maio de 2011

O Pântano e o Jacaré

Era uma vez uma fazenda muito grande. O proprietário estava em plena expansão e resolveu utilizar mais áreas de sua propriedade para o gado.

 Na área escolhida para a expansão havia um pântano, e não seria possível colocar o gado lá.

 Então ele contratou o especialista para drenar os pântanos: VOCÊ!

 Pois bem, contrato assinado, prazo acordado e lá vai você rumo à drenagem do pântano.

 O dia começa bem, mas de repente surge um jacaré, e morde a sua perna!Você então se esquece do pântano por alguns instantes, e corre atrás do jacaré para capturá-lo.

 
Só depois de conseguir capturar o jacaré é que você retoma a atividade do pântano.

Isso se repete durante todo o dia, todo o mês. E o prazo para drenar o pântano acaba.

Você no final das contas capturou diversos jacarés, tarefa qual você não foi contratado, e o pântano não foi drenado, está no máximo parcialmente executado.

A estória acima é o meu desenrolar baseado na frase de Larry Greiner:
“Se você tem um jacaré a lhe morder a perna, a tendência é esquecer que sua tarefa principal era drenar o pântano.”

Gostaria de compartilhar a estória com vocês para refletirmos no nosso dia-a-dia:
  • Será que a quantidade de “jacarés” está muito alta?
  • Por que nos esquecemos do “pântano”?
  • Por que damos tanta atenção para o “jacaré”?
  • E como gerenciamos tudo isso?

As análises e respostas destas perguntas ficam para o próximo post. Até lá!

3 comentários:

  1. Fábio, excelente texto. Parabéns.

    Do meu ponto de vista, faltaram algumas coisas para a execução dessa atividade, dentre elas duas mais importantes: planejamento e gerência de risco. Quando o texto diz que contrato assinado, já começa a execução, é uma demonstração clara da falta de planejamento. E isso realmente acontece diariamente nos nossos trabalhos (bom, pelo menos no meu...rs). E sobre a gerência de riscos, o contratado não analisou a possibilidade dos jacarés no pântano e depois não atacou a causa raiz do problema, mas sim concentrou o esforço em "apagar incêndio", aqui representado por matar jacaré. E isso também é outra característica bastante presente nas empresas.

    Vou ficar por aqui e estou ansioso para ler o próximo posto com o texto sobre como trabalharmos isso.

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  2. Cuidado Jacaré, o Sineval vai te pegar! E haja pantano para drenar, enquanto o Sineval vai te azucrinar!

    Agora falando sério: Que empresa é essa que oferece serviços de drenagem de pantanos e não pensa na fauna que possa estar vivendo ali! Assinar um contrato sem avaliar os riscos me parece falta de conhecimento do serviço oferecido. O resto é consequencia de ter começado errado! A não ser que o prestador de serviço ja estava de olho no couro e na carne de jacaré. Nesse caso drenar o pantano passou a ser secundário e até valeria umas mordidas!

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  3. Muito bom o texto Fábio, parabéns!

    Credito boa parte desta tendência de "focar no jacaré" à nossa cultura tupiniquim.

    Concordo com o comentário do Beto acima. O correto seria ter este risco no projeto, já prevendo um adicional de tempo e custo no caso de encontrar jacarés, cobras, peixes, etc.

    Portanto cabe a nós, gerentes de projetos, mostrar para os sponsors o que é Gerenciamento de Projeto. Para que serve. Quais os ganhos. Enfim, apresentar alguns cases, e principalmente mostrar que no Brasil (e em outros países também) se perde milhões em projetos mal planejados.

    Um abraço,
    Roberto Freire

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