O título não é nada
original. Mas estou pegando emprestado de Renato Russo, como muitos outros já
fizeram, pois acho que irá cair bem no post de hoje.
Esse post começou
despretensioso e venho escrevendo durante alguns dias. Eu queria escrever tudo
que estava sentindo e vivendo no último ano, e hoje pela manhã escutei na rádio
a música “Pais e Filhos” e achei que o título iria se encaixar.
É impressionante como
sua vida pode mudar tanto em um ano.
Posso dizer que, 2012,
em especial essa época de Setembro e Outubro, foi horrível. Quando tudo
caminhava bem e parecida ter um rumo traçado para os próximos kms, veio o
terremoto e acabou com a estrada à frente.
Estava ali, de novo,
enfrentando algo que jamais alguém deveria ser obrigado a enfrentar, ainda mais
em uma idade tão precoce. Penso na idade e lembro-me de meus irmãos, que são
mais novos do que eu e então – de certa forma – agradeço por ter tido um pouco
mais de tempo.
Voltei a fazer as
perguntas que pareciam tê-las respondidas tempos atrás, precisamente havia as
feito em Maio de 2008. E tudo volta à tona, como um caminhão de areia que cai
sob sua cabeça, sufocando e impedindo que você tome qualquer ação.
O telefone tocou no
dia 5 de Outubro de 2012, era meia noite e poucos minutos. Era meu irmão,
Otávio, e eu já sabia o que ele iria me falar.
“Ligaram do hospital e
falaram para ir urgente para lá”, disse ele.
“Você já sabe o que
eles irão dizer… Vai você na frente que mora mais perto e eu vou assim que
receber seu telefonema.”, respondi com o coração arrasado.
Pouco menos de 10
minutos depois recebo outra ligação. E confirmava-se aquilo que não queria
vivenciar de novo, muito menos agora em tanto pouco tempo entre 2008 e 2012.
Lembro-me muito bem de
me despedir dos meus pais. Quando foi a minha mãe, estava no hospital com meu
irmão Caio e disse “Mãe, você está melhor hoje. Amanhã não venho pois preciso
descansar, já faz mais de 15 dias que não consigo descansar direito, mas depois
de amanhã venho te visitar de novo e você estará melhor ainda. Eu te amo.”. Ela
estava calma e tranqüila. Mas não teve amanhã.
Com meu pai não foi
diferente. Cheguei ao hospital e ele falava ao telefone com meu irmão Caio. Foi
até curioso ver com que calma ele falava ao Caio que iria melhorar e que nada
deveria se preocupar. Todos ao redor estavam aflitos, mas ele estava confiante
que o quadro iria melhorar. Ficamos todos no hospital aguardando ele ser
transferido para a UTI. Foi quando me despedi, também não querendo acreditar
que o pior pudesse acontecer “Pai, aguenta essa noite. Amanhã cedo estou aqui
no horário de visita para ficar com você. Amo você.”. Essa visita nunca pôde
fazer.
Amanhã faz um ano que
tudo aconteceu.
São tantas peças para
organizar, são tantos pedaços que foram perdidos. Não é fácil se recompor. E
ainda continuo me recompondo. Só que esses pedaços nunca mais estarão presentes
no conjunto do quebra-cabeça de minha vida.
Mesmo com todas essas avalanches a vida me
ensinou uma coisa: não é impossível se recompor e recuperar.
Lição essa que poderia ter aprendido
de outra maneira…
Então, como intitulei
esse post e disse Renato Russo “é preciso amar as pessoas como se não houvesse
amanhã”. Pai e Mãe: amo vocês! Saudades eternas…
Do seu filho, Fábio.
Até o próximo post!
Força aí!
ResponderExcluirAbraço!